quarta-feira, 7 de junho de 2006

ILEGAL É QUE É BOM

Com a chegada do calor de Verão, são muitas as pessoas que começam a aportar a Lagos. Como na nossa terra os hotéis que existiam “despaireceram” (excepção para o Hotel de Lagos), a malta tem de “desenrascar” algum lugar onde dormir.
Vendo uma boa possibilidade de negócio foram muitos, mas muitos mesmo, os lacobrigenses que começaram a disponibilizar quartos nas suas casas (ou mesmo casas), de forma a alojarem quem procura guarida na nossa terra.
Assim, não é raro encontrarmos essas pessoas a dirigirem um bando de turistas de mochila às costas, encaminhando-as para um abrigo que exploram a seu belo prazer.
Atenta a esta situação parecia estar a autarquia local, que assinalou alguns locais destinados a este fim e que se encontram devidamente identificados com o símbolo que se pode ver na imagem anexa.
Mas... E há sempre um mas... O negócio das camas paralelas e ilegais continua a prosperar, conforme constatamos no nosso dia-a-dia. Levar dez “clientes” para casa ao preço de 25 euros por noite (cinco contos na moeda antiga), representa um ganho diário de 250 euros (cinquenta contos), livres da chatice dos impostos. Cinquenta contos por dia, num mês de 30, dá qualquer coisa como 1.500 contos por mês (sempre livres de impostos). Ora, se consideramos que a época “alta” no nosso concelho é de quatro meses (Junho, Julho, Agosto e Setembro), será fácil constatarmos que as pessoas que se dedicam ilegalmente ao arrendamento de quartos destinados ao turismo podem usufruir de 6 mil contos (livres de impostos), sem se aborrecerem sobremaneira com a sua actividade “paralela”.
Por estas pequenas contas, que ninguém estranhe se o 5 Pontas desaparecer num destes dias. Como devem compreender, face ao elogio desta ilegalidade presente aos olhos de todos e aparentemente bem aceite pelas autoridades locais, até nós estamos a pensar dedicarmo-nos a esta actividade bué lucrativa. A malta quer é carcanhol e que se lixem os otários que teimam em pagar a porcaria dos impostos.

6 comentários:

Humor Negro disse...

Lagos é um bom exemplo da economia paralela que mina o país. Como tive oportunidade de escrever aqui, Lagos é Portugal à micro-escala. É óbvio que não há hotéis em Lagos: para os haver seria preciso haver uma aposta em turismo de qualidade que, como sabemos é um conceito desconhecido (por razões históricas que perceberão se lerem a Razão de Lagos) pelas gentes da cidade.
O que é curioso é que, apesar dos hotéis fecharem compulsivamente, o número de camas em Lagos tende a aumentar. Poderíamos considerar isto um paradoxo, mas não o faremos porque sabemos bem qual a cepa da malta de Lagos. Não há hotéis? Não faz mal. A Odete dos quartos resolve a questão. E assim vai Lagos e o País: medíocres, remediados, e entregues à Odete dos quartos (que é bem melhor, assumind-o com frontalidade, que o Sócrates e o seu Groucho Marx local).

Vereador da Tanga disse...

Para variar apoio o artigo na totalidade.
Ainda vou mais além na critica.Que garantias de higiene e salubridade têm esse tipo de hospedes?A nivel de segurança?A nivel de qualidade?
A camara fecha os olhos,o tal porreirismo nacional continua a funcionar,porquê impor a legalidade?Isso dá chatices e tira votos,melhor assobiar para o lado e fazer de conta que nada se passa.
O facto do 5 pontas poder a vir mudar de ramo,não seria originalidade nenhuma,pois um dos grandes bluffs da politica local depois de perder varias eleições está estabelecido no ramo.
Penso que devemos ter mais respeito e cuidado com a palavra qualidade,de tão usada perdeu muito da sua força.Quem de direito a controla e implementa?

Anónimo disse...

Um tipo às vezes quer dar uma fodinha e é um problema para arranjar local.

Anónimo disse...

Acho que vi um tipo parecido,mas não tenho a certeza,se é esse ouvi dizer que fugiu da cidade umas semanas atras.

Anónimo disse...

Mais vale uma Odete nos quartos que um Cópio na sanita.

Anónimo disse...

Very cool design! Useful information. Go on! Colleges offering online japanese course