segunda-feira, 22 de maio de 2006

ANTES E DEPOIS (III)

A Ermida de Santo Amaro, de Lagos, foi construída anteriormente ao terramoto de 1 de Novembro de 1755, calamidade a que resistiu. Por essa razão, foi este o local escolhido pela população lacobrigense em busca de abrigo após essa funesta catástrofe, onde edificou “provisoriamente, barracas de madeira e de colmo”.
A Ermida de Santo Amaro, de Lagos, aguentou uma das mais violentas actividades sísmicas de que há registo na história da Humanidade. Só não resistiu à incúria e ao abandono dos homens.
Assim, das ruínas e do esquecimento, também se faz a história da vida de uma cidade. A nossa. A de Lagos.

9 comentários:

Vereador da Tanga disse...

Repito uma pergunta já anteriormente feita,será que a tua maquina fotografica não pode,ao menos uma vez,fotografar algo que esteja bem em Lagos?
Sou um critico,mas estar sempre a bater no ceguinho também tem limites.

Humor Negro disse...

Humor Negro said...

Falar do que está bem é entediante. É dizer: Ok, está bem, continua assim. Não tem novidade, é estático. Não pressupõe evolução. É conformista. Por isso não percebo as críticas a este blog.
Falar do que está mal é libertador: sugere predisposição para a mudança, é inconformista, transformador.
Por isso mesmo eu valorizo sempre a crítica, por mais destrutiva que seja tem sempre uma força criadora que o conformismo nunca revelará.
Agora façam-me um favor (e aos autores do blog). Não nos chateeim com comentários conformistas. Vão à vossa vida. Vão apascentar ovelhas ou outros ovinos quejandos.

Anónimo disse...

é só para dizer que, já que se fala de críticas, quero dizer ao Nuno para não ser ingrato com o nosso amigo das rotundas... Já irrita, tanta sede de...

ND disse...

Excelente comentário, Humor Negro! Disseste muitíssimo bem o que por vezes penso- embora sem essa perfeição de síntese ;) que eu, regra geral, enrolo um bocado!
até porque o 'estar bem' devia ser sempre uma regularidade.

Anónimo disse...

Estou a trabalhar e tenho o pau dorido.
Ontem a minha dama fez uma visita mas eu não cumpri,Morfeu tomou conta de mim e assim claudiquei.
Pela manhã com a tesanita de mijo,lá amandei uma,sem que a paciente dama sequer se aprecebesse do que se passava.
Pouca lubrificação,muita tesão (de mijo)e com certeza vou passar a manhã e talvez o resto do dia com um dorzita no pau.
Que devo fazer?

Anónimo disse...

A foto da Ermida, tirada do interior duma pequena fazenda, murada, que foi do Arenga do sal, deve ser bem antiga, já que a apresenta ainda intacta. A fábrica de conservas da Sociedade Aldite, cuja construção, paredes meias, talvez date dos anos trinta, ainda não existia. Eu, que nasci por ali, no meu tempo de garoto conheci a Ermida já meio derrubada e sem telhado, mas com as pinturas murais, no interior, ainda visíveis. Pelos vistos, foi uma lenta agonia de abandono à inclemência do tempo. O que o terramoto não fez acabou por fazer a incúria dos homens.
Passados tantos anos, era talvez a altura de recuperá-la, ao menos como símbolo e para preservação da memória sobre a calamidade natural que se abateu sobre a cidade.
Pelos vistos, tal não passa pela cabeça dos autarcas, que optam por esbanjar os dinheiros públicos e comunitários em sumptuosas obras de fachada, como irão ser, por exemplo, as previstas para a Praça do Infante e jardim adjacente.
Enfim... O da Valarinha era mau, porque boçal e apenas distribuía simpatia; este Barroso, que é da terra, no que é que se diferencia?

IDAS.

Anónimo disse...

Diferencia o facto de se iniciar a recuperaçao da igreja das Freiras, da Casa Fogaça, do Espingardeiro... etc.etc.
Agora se o dr. Julio fosse recuperar tudo... ainda mais mal visto ficaria o Zé das Rotundas...
que apenas recuperou... deixa pensar...pensar...não me lembro de nada. E foram 12 anos!

Anónimo disse...

Ainda bem que o Barroso mandou recuperar o Convento das Carmelitas e a Oficina do Espingardeiro. Menos bem, que tenha mandado recuperar a casa das Fogaças (que também conheço, por ter brincado muito no jardim e por lá ter cirandado); ou a lei não obriga os proprietários a recuperar os seus imóveis?

Isto, porém, não invalida o facto de ir gastar milhões muito mal gastos na remodelação da zona ribeirinha.

Era bem melhor que com uma pequeníssima fatia desses milhões mandasse recuperar a antiga Ermida (que, a pertencer a alguém, pertencerá ao património público), antes que a demolição da fábrica, e a consequente construção imobiliária, engula as ruínas que restam.

Preservar a memória histórica é bem mais importante do que fazer parques de estacionamento subterrâneos à beira rio. Ou não será?

Penso eu de que...

IDAS.

Anónimo disse...

Fez muito bem em chamar a atenção para o assunto. Eu próprio estive envolvido numa tentativa de chamar a atenção do poder local e das instituições competentes para o problema. Já lá vão 11 anos e a ermida, apesar de não ter um valor histórico e arquitectónico por aí além, acaba por ser - também por força do que aconteceu depois do terramoto de 1755 - um potencial espaço de memória colectiva. Além do mais, tirando a capela de São João, no Rossio, não tem paralelo em Lagos. O segundo maior obstáculo (já que o primeiro é mesmo o estado de conservação do imóvel) é mesmo o facto de a ermida ser propriedade privada. O que, à Câmara da altura como à de agora, não deixa grande margem de manobra...