terça-feira, 17 de janeiro de 2006

DO PRESENTE

[Nas eleições para a presidência da República que se realizam no próximo domingo, Aníbal Cavaco Silva aparece em vários estudos de opinião como o candidato em melhor situação para vir a ocupar o Palácio de Belém. Mas, que defende este indivíduo? Como poderia vir a exercer o cargo, caso venha a ser eleito?]
Na presente campanha eleitoral, Cavaco Silva tem estado a conseguir algo que num país onde não vingasse o analfabetismo e a iliteracia seria impensável: sem dizer o que pensa, como interpreta e como poderia vir a exercer os poderes de Presidente de acordo com a Constituição da República, aparece nas sondagens como o preferido dos portugueses como futuro Chefe de Estado.
Aquando da apresentação da sua candidatura, entre outras generalidades e banalidades, Cavaco anunciou estar “(...) firmemente convencido de que, se for eleito, posso contribuir para a melhoria do clima de confiança, para o reforço da credibilidade e para vencer a situação muito difícil em que o nosso País se encontra. Posso ajudar a construir um futuro melhor para os Portugueses (...).
É hoje generalizado o reconhecimento de que Portugal vive numa fase difícil, que se prolonga há vários anos, em particular no domínio do desenvolvimento económico e social. Nota-se nas populações um forte sentimento de descrença e de pessimismo. Não podemos resignar-nos a esta situação. Eu não me resigno. Temos de restabelecer a confiança, mobilizar as energias nacionais e reencontrar o caminho do desenvolvimento equitativo. Sei que isso é possível. As capacidades dos portugueses, já demonstradas noutras ocasiões, são uma garantia de que podemos vencer”.
E por aí adiante: em nenhum dos debates televisivos que manteve com os outros candidatos, escutámos da sua boca mais do que banalidades, generalidades, demagogia q.b. e o desconhecimento profundo daqueles que são os poderes presidenciais. Assim, o presente só pode ser encarado como sombrio.
Pelo que não diz hoje, por não assumir que muitos dos que hoje o apoiam (até financeiramente) são personagens do 24 de Abril de 74, por não conseguir demonstrar nenhuma ideia quanto à forma como poderá vir a exercer o mais alto cargo da nossa Nação, Cavaco Silva não merece ser Chefe de Estado.

4 comentários:

Humor Negro disse...

Já percebemos isso no post anterior. Adiante que atrás vem gente.

Reino do Algarve disse...

A razão tem sempre freguês.

Anónimo disse...

Uma diferenças entre inteligência ou falta dela (quiçá estupidez) é aprender com os erros que cometemos.

O povo português é por natureza estúpido, dia 22 ficará provado!

Anónimo disse...

Cavaco foi um dos principais culpados pelo país ter chegado ao ponto em que está. Como é possível vir agora armado em salvador da pátria. Espero que os portugueses lhe mandem dar uma curva.