FRENTE RIBEIRINHA (II)

O projecto escolhido de requalificação da Frente Ribeirinha esteve patente ao público na sala térrea de exposições do Centro Cultural de Lagos. Aí, os interessados tiveram oportunidade de apreciar quer uma maqueta quer um painel referente à intervenção a ser feita.
No entanto, como se pode ler em “Lago da Vergonha”, publicado em 2004, da autoria de Nuno Marques, vereador eleito nas listas do PSD (e que mencionámos ontem), “(...) Convém também esclarecer todos aqueles que já visitaram a exposição patente ao público no Centro Cultural de Lagos, e que saíram de lá com o espírito assombrado de dúvidas, questionando-se sobre se o projecto que conta é o que está na maqueta ou se o que está em painel. Ou até confundindo ambas as coisas. Se é verdade que “não joga a bota com a perdigota”, que “painel” e “maqueta” não são a mesma coisa, também é verdade que o projecto que está adjudicado – digo bem, está adjudicado! –, o projecto que conta, digamos assim, é o que é mostrado pelo painel. Quanto à maqueta, nem sei o que é que está lá a fazer senão mesmo só para confundir...”. E a este propósito adiantou ainda: “Para aqueles que visitaram a exposição e saíram de lá exactamente como entraram, ou seja, sem “encontrar” o projecto – é, no mínimo, curioso que não há quem explique, elucide ou diga apenas onde é que está a tal aberração?... –, tenho a transmitir duas coisas. A primeira é que o projecto está mesmo lá, que não é ficção, invenção ou dislate de quem diz que ele existe e que é aberrante. A segunda, porque a Câmara não está interessada em informar absolutamente nada nem ninguém – como é sua norma –, é que eu próprio me disponibilizo para acompanhar e esclarecer todos quantos queiram saber tudo sobre o projecto em causa (...).” Pelos vistos, não teve muita sorte nesta sua proposta, pois acabámos por não sentir o “pulsar” da sociedade lacobrigense quanto à intervenção a ser efectuada na Frente Ribeirinha da sua cidade. E como diz o Povo, “Quem cala, consente...”
Em meados de Junho deste ano, a Câmara Municipal de Lagos promoveu no auditório do Centro Cultural uma sessão pública de esclarecimento quanto às obras a serem efectuadas. Na ocasião, quer Júlio Barroso, quer Martins Silva (funcionário da CML), quer a equipa vencedora do projecto apresentaram e discorreram sobre o mesmo, a que se seguiu debate com os presentes (o resumo desta sessão pode ser consultado em artigo da autoria de Nídio Duarte, publicado no Canallagos em:

http://www.lagosdigital.com/canallagos/noticias/vnoticias.asp?strNoticiaId=1762).

Desta iniciativa, ficámos com a ideia e com a sensação que a mesma se destinou apenas a legitimar uma escolha já feita há muito e que não foi mais que uma forma de “branqueamento” dessa mesma opção, numa operação de “charme democrático”, que não passou disso mesmo.
Quanto às obras a serem efectuadas, montantes previstos para as mesmas, contradições evidentes demonstradas pela equipa técnica vencedora e dúvidas suscitadas por quem assistiu à apresentação citada, falaremos brevemente.

[NOTA: A imagem que ilustra este texto remonta ao tempo das obras da Avenida dos Descobrimentos].