A ideia de se promover a requalificação da frente ribeirinha de Lagos (ou seja, a recuperação/alteração do espaço físico que se situa sensivelmente após o Palácio da Justiça e o Jardim da Constituição, até ao local imediatamente a seguir à estátua de Gil Eannes), resultou de uma iniciativa do Partido Social Democrata (PSD), que na altura se encontrava à frente dos destinos da nossa autarquia, no âmbito do Programa POLIS, aquando da governação nacional PS, da qual o Primeiro-ministro era António Guterres e o ministro responsável por esta área José Sócrates (pois, nem mais nem menos que o actual Primeiro-ministro de Portugal...). Recorde-se, entretanto, que a candidatura lacobrigense ao POLIS se alargava também à renovação urbana do núcleo primitivo da cidade e à qualificação da zona envolvente das muralhas/parque da cidade. A “resposta” governamental aos projectos da gestão PSD do nosso município não terá agradado inteiramente aos responsáveis pela gestão da autarquia lacobrigense, tendo sido as declarações de Valentim Rosado, na altura presidente da Câmara (PSD), evidência dessa insatisfação.
Na sequência das eleições autárquicas (Dezembro de 2001), que ditaram a vitória do independente Júlio Barroso eleito em lista do Partido Socialista (PS) para gerir a Câmara Municipal de Lagos (CML) e a consequente derrota de José Valentim Rosado por cerca de 80 votos, a demissão de António Guterres do cargo de Primeiro-ministro após perda da maioria das Câmaras Municipais dirigidas pelo seu partido, as eleições à Assembleia da República que se realizaram cerca de três meses depois e que foram ganhas por José Manuel Durão Barroso – de cognome, o Cherne - (PSD), que formou um governo de coligação com o Partido Popular (PP) liderado por Paulo Portas, o processo relacionado com o Programa POLIS seguiu os seus trâmites rotineiros.
Se em relação aos projectos relacionados com a zona envolvente às muralhas e à renovação do núcleo primitivo da cidade não se fez sentir discordância digna de monta, o mesmo não aconteceu com o projecto de requalificação da Frente Ribeirinha.
Na sequência das eleições autárquicas (Dezembro de 2001), que ditaram a vitória do independente Júlio Barroso eleito em lista do Partido Socialista (PS) para gerir a Câmara Municipal de Lagos (CML) e a consequente derrota de José Valentim Rosado por cerca de 80 votos, a demissão de António Guterres do cargo de Primeiro-ministro após perda da maioria das Câmaras Municipais dirigidas pelo seu partido, as eleições à Assembleia da República que se realizaram cerca de três meses depois e que foram ganhas por José Manuel Durão Barroso – de cognome, o Cherne - (PSD), que formou um governo de coligação com o Partido Popular (PP) liderado por Paulo Portas, o processo relacionado com o Programa POLIS seguiu os seus trâmites rotineiros.
Se em relação aos projectos relacionados com a zona envolvente às muralhas e à renovação do núcleo primitivo da cidade não se fez sentir discordância digna de monta, o mesmo não aconteceu com o projecto de requalificação da Frente Ribeirinha.
Neste, após concurso público, o projecto vencedor foi merecedor de inúmeros reparos, tendo Nuno Marques, urbanista, vereador da Câmara Municipal de Lagos, assumido posição pública e contrária à ideia vencedora (leia-se Informar sobre o “lago da vergonha)”: “A avaliar pelo andar da carruagem, esta não é a primeira vez e, infelizmente, não há-de ser a última, que assumo, pública e frontalmente, uma posição crítica sobre a conduta política do actual presidente da câmara, Dr. Júlio Barroso. Hoje, é impossível alguém ignorar o projecto que este Executivo tem para a construção de um lago artificial, do tamanho de um monstro, na Praça do Infante e Jardim da Constituição. Como também é impossível não exigir o debate que está por fazer. Mesmo que isso cause incómodos àqueles que, por qualquer preço, fingem não querer saber de nada, e pedem aos céus que nada se saiba”, escreveu este eleito à Câmara de Municipal de Lagos na comunicação social local, como se pode constatar em:
http://www.lagosdigital.com/canallagos/noticias/vnoticias.asp?strNoticiaId=229.
http://www.lagosdigital.com/canallagos/noticias/vnoticias.asp?strNoticiaId=229.
(Continua)
16 comentários:
Sera que nesta remodelação, está prevista a famigerada ponte pedonal para a Meia Praia?
túnel pedonal s.f.f.
Ai vai ser um tunel?
Qualquer coisa serve desde que tenhamos a meia praia com acesso direto da cidade.Esperemos por esse dia para fazer uma grande festa,FINALMENTE.
ET
Tambem estou na mesma opiniao que um tunel,seria a melhor escolha.
Fico à espera de desenvolvimentos sobre ests assunto que está guardado a 7 chaves,não sei porquê?
Oh 5 pontas a unica coisa que vi foi uma animação em conputador no canallagos que só mostrava como iria ficar o estacionamento por baixo da avenida,porque não desafiar a camara a fazer um outdoor ou 2 com o que vai acontecer à avenida e meia praia?
Isso sim era contribuir para a informação despertar a massa critica!de outra forma estamos a falar do que não sabemos.
Eu preferia a ponte pedonal em vez do tunel dá a sensação de mais segurança,por ex no Estoril o tunel de acesso à praia não é utilizado porque a bandidagem costuma actuar no dito tunel.
?;)
ora aí está. O túnel serve precisamente para isso, ocupação da bandidagem. Quanto ao estacionamento, algum d evocês já utilizou o estacionamento subterrâneo de Portimão? Não? é que tá sempre às moscas. Calculo que tenha sido um investimento rentável...bahhh.
coiso
Realmente, também há muitas coisas que não compreendemos. Não só o mutismo da CML (que expôs o projecto no Centro Cultural e que foi vista por meia dúzia e promoveu uma "espécie" de debate sobre o tema, que deu em nada.
Mas cada terra deve ter aquilo que merece. Em especial uma população amorfa, que discute muito à mesa do café, mas que não passa disso.
Desde que o turismo foi encarado como indústria, para Lagos foi previsto um futuro de desenvolvimento promissor. Foram encerradas as indústrias baseadas na mão-de-obra barata, e com isso a pesca, que alimentava a indústria das conservas, entrou em declínio inexorável. Estabelecimentos hoteleiros dispersos e de pequena capacidade colmataram a lacuna do emprego, ocupando alguma da mão-de-obra menos qualificada, e a construção a eito de moradias, por tudo quanto era monte ou arriba sobranceira ao mar, para estrangeiros reformados ou endinheirados, colmataram de imediato as necessidades de emprego, dando a ilusão de que o futuro estava assegurado.
Sem parque hoteleiro dimensionado e condigno, sem infra-estruturas viárias minimamente aceitáveis, sem diversões e actividades de lazer devidamente estruturadas, para além das belezas naturais inegáveis, a região e a cidade apostaram num tipo de turismo à medida: de fracas posses, estrangeiro e, depois, nacional, que procurava o quarto ou a parte de casa e se abastecia no supermercado. Este turismo de massa, gerador de fracas receitas, invadiu a região e a cidade, contribuindo decisivamente para o seu fraco desenvolvimento.
A construção desenfreada, agora com a proliferação de urbanizações de apartamentos, mostrou ser novamente a tábua de salvação, agora mais evidente, porque as receitas do licenciamento e da contribuição passaram a constituir fonte de receita decisiva para o equilíbrio do orçamento autárquico sobrecarregado com elevados encargos de pessoal. E as grandes superfícies comerciais, ainda que de média dimensão (mas à espreita de crescerem), que entretanto proliferaram, prenunciando a morte do comércio tradicional que dá vida e colorido à cidade histórica, são o remate inevitável de um tal modelo de desenvolvimento.
Em trinta anos de regime democrático, durante os quais a gestão autárquica ganhou muito maior autonomia, tem-se assistido, em Lagos como por todo o Algarve, a uma gestão à vista, ainda por cima de vista curta. A ausência de ideias dinamizadoras do desenvolvimento aí está, espelhada na inexistência de um PDM, ainda que salpicada aqui e ali por um ou outro equipamento de lazer, cujo investimento foi obtido por exageradas ou inapropriadas contrapartidas.
A incapacidade de dinamização de um desenvolvimento sustentável vai sendo camuflada com a proliferação da ocupação desordenada do solo, construindo habitações que ficarão vazias a maior parte do ano, e com o lançamento de novas ilusões quanto às virtualidades de uma alternativa ao turismo – o ensino superior – julgando que mais cinco ou seis centenas de comensais de parcos recursos constituirá a fonte de receitas necessária ou pólo dinamizador do que quer que seja.
O ensino profissional e superior, assim como o projecto de requalificação da zona ribeirinha, deverão ser equacionados em função de um projecto coerente de dinamização do desenvolvimento que aposte na defesa e preservação do património natural e na criação de estruturas geradoras de emprego, através do desenvolvimento da principal indústria para que a cidade e o concelho estão naturalmente vocacionados: o turismo de qualidade.
Neste campo, não há muito por onde escolher, de modo a conjugar defesa e preservação do património natural com valorização da actividade fundamental para a cidade: a requalificação e aproveitamento da zona da Meia Praia fronteira à baía para a construção de um parque hoteleiro de qualidade. De uma vez por todas, encare-se a fruição do património paisagístico e natural como fonte de receitas e gerador de desenvolvimento, capaz de atrair fluxos turísticos de qualidade permanentemente renováveis, em vez de permitir a sua ocupação desordenada e desqualificada. Tudo o resto – a pesca, outras actividades marítimas, assistência e manutenção técnica, o ensino profissional e superior, e a requalificação da zona histórica – virá por acréscimo. A não ser que queiramos continuar a apostar na construção e no consumo do turismo de pé descalço e do funcionalismo público como fontes de desenvolvimento.
IISC
O problema fulcral deste tipo de discussões, é a clubite aguda, assanhada pelos grandes gurus politicos cá do sítio.
Se as pessoas ligassem mais às essências que às aparências, há muito que tinham notado que, enquanto uns fazem obra, outros levaram (e continuam a levar) o seu precioso tempo a obrar.
Bastava atendermos a esta piquena diferença, para podermos discutir, aqui neste blog ou em qq outro lugar, o que quer que fosse com algum interesse e inteligência.
e os que estão "desenganados". os que já não acreditam em nada?
hum?
yo
O iisc parece saber do que fala.
Quanto às conversas da mesa de café parece ser a unica forma de discutir os assuntos de uma forma livre,mas deveriamos ter mais informação para podermos fundamentar melhor as nossas opinioes.
Sobre o tunel espero que estudem muito bem essa opção e que preparem uma forma segura de frequenta-lo para não acontecer o mesmo que aos outros,o resto espero que se crie uma via ciclopedonal até à ria de Alvor com o tal instituto de ciencias marinhas pra melhor estruturarmos o nosso património natural.
Já ouço falar disto à 10 ou 15 anos mas nada acontece.
Vamos lá ver se é desta.
ET
Mas... vocês não sabem que não há cacau? não leram o que foi aprovado para o Algarve, e quais os municípios vão ter redução nas transferências do bolo do Estado? Lagos é um deles.
Ponte? Túnel? Mas vocês tão doidos ou quê?
Ass. Nossa Senhora
Não deixa de ser engraçado que ao nível local se reproduzam, à sua escala, os mesmos defeitos que afectam a sociedade portuguesa. Neste caso, o desenvolvimento local parece ser esperado unicamente do investimento autárquico, tal como a nível nacional a panaceia para o desenvolvimento é o investimento público. Parece, contudo, haver um paradoxo. Enquanto a nível local todos comungam desta visão estatista do desenvolvimento, a nível nacional ainda vai havendo alguns que apontam a sociedade civil e o investimento privado como factores determinantes do desenvolvimento. É claro, em tempos de recessão económica, com riscos acrescidos para a rentabilização a curto prazo, as grandes proclamações valem o que valem, e todos se acolhem à aba do Estado e do investimento público.
Vem isto a propósito do desenvolvimento da cidade e do concelho. Pelo que é dado observar, tudo, da cultura às estruturas geradoras de emprego (e de riqueza), é esperado que parta da iniciativa e do investimento autárquico. E mais: o ansiado desenvolvimento parece reduzir-se à requalificação urbana da zona ribeirinha ou à construção de umas passagens para a Meia Praia, sem cuidar de que a cidade não se deve restringir à margem direita da Ribeira de Bensafrim e que o desenvolvimento não se pode resumir a uma maior comodidade para ir a banhos à praia grande.
Como o investimento estatal previsto (sob a forma de investimento directo ou de transferências do OGE para as autarquias) sofreu cortes, em nome das presentes dificuldades de redução do défice, até aquela concepção restrita de desenvolvimento parece ter entrado em crise. Nada, portanto, de sonhar acordado, toca a estender o pé à medida do lençol e a perder qualquer veleidade mais audaciosa. É, aliás, o resultado natural do comodismo de se ir vivendo à custa do orçamento. De qualquer orçamento, seja da Europa, seja do Estado Português, seja da autarquia.
Os modelos de desenvolvimento assentes no investimento público já comprovaram por todo o lado a sua falência, porque são outras as funções do Estado, do governo às câmaras. O que se deve exigir deles não é que se constituam como os investidores de quem tudo depende, mas que sejam os dinamizadores do desenvolvimento, traçando planos estratégicos, procurando interessar investidores privados e, em último caso, promovendo parcerias. Ser audaz, correr risco é procurar assegurar o futuro. Foi assim no passado, com as descobertas e o comércio marítimo, há-de continuar a ser assim. Oxalá a Câmara entendesse que o seu papel não é o de investidor ornamental, dilapidando em obras de cosmética as receitas proveniente das licenças de construção e das taxas (gravosas) do IMI, mas o de dinamizador do desenvolvimento sustentado, elaborando estratégias consistentes, procurando investidores (nacionais ou internacionais) interessados e promovendo as parcerias necessárias.
eVINDAS.
Zé d'Avó disse...
"Não só o mutismo da CML (que expôs o projecto no Centro Cultural e que foi vista por meia dúzia e promoveu uma "espécie" de debate sobre o tema, que deu em nada."
"Mutismo" consubstanciado numa exposição pública? "foi vista por meia dúzia" ... porque os demais não quiseram saber, não será?!
E, um debate dará sempre naquilo que os intervenientes quiserem...se quiserem participar!
Concordo com o zé d'avó,mas então, que nos dê pistas para poder participar activamente,como ele o faz (presumo eu).
O 5P,é o unico espaço de reflexão livre e potencialmente interventor,
que conheço.
Com este investimento a CML pode criar uma alavanca para reivindicar soberania sobre os diversos organismos que tutelam a orla costeira do nosso concelho,se o projecto é bom ou mau para mim,è o melhor,pois é o unico que conheço,agora é preciso debate-lo para lhe darmos a funcionalidade que deve ser dada e não aquela que aparecer.Fazer disto uma oportunidade para mudar (para melhor)e não para o destruir à partida.
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