segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

UMA TRISTE NOTÍCIA

Infelizmente, começamos a semana com uma triste notícia. Com uma infeliz notícia.
Desta feita, a da morte de um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) da esquadra de Lagos, assassinado no cumprimento da sua função, quando os agentes desse corpo pretendiam proceder à captura de um grupo de seis ou sete meliantes que havia intentado em Budens (Vila do Bispo) um assalto a uma caixa multibanco.
Sérgio Martins, 49 anos, natural das Caldas da Rainha, há 10 anos a laborar na esquadra de Lagos é a quarta vítima da PSP, este ano, da criminalidade em Portugal. O agente foi baleado com um tiro na cabeça, que lhe terá provocado morte imediata, numa barreira policial efectuada entre as 5 e as 6 horas da madrugada de ontem, junto à rotunda de acesso à A22, perto da subestação de Lagos da EDP, quando a Polícia visava deter os presumíveis suspeitos do assalto à caixa de um multibanco existente num supermercado de Budens, e que entretanto se haviam posto em fuga, após terem disparado sobre elementos da Guarda Nacional Republicana que aí tinham ocorrido.
De acordo com notícia do Público Online, “O Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP) admitiu hoje [ontem] poder vir a responsabilizar criminalmente o ministro da Administração Interna e outros responsáveis políticos pelo "laxismo existente nas condições de trabalho" concedidas aos agentes, que levam à morte de polícias em serviço”, lê-se no periódico, que acrescenta: “Em comunicado, o SPP atribui as causas profundas de acontecimentos como o desta madrugada à "incúria, desleixo, negligência e insensibilidade" dos responsáveis políticos da área da polícia”.
Claro que quem conhece os meios materiais e humanos ao dispor dos agentes da esquadra de Lagos da Polícia de Segurança Pública não pode estar mais de acordo com esta intenção do SPP. Está na altura, pensamos, dos responsáveis políticos dos poderes central e local (qual o papel e os resultados práticos da Comissão Municipal de Segurança?) deixarem de brincar com coisas sérias. Mais que não seja, porque da “incúria, desleixo, negligência e insensibilidade” nesta matéria, podem resultar tristes acontecimentos. Como o da morte de um homem, que deixa viúva e dois filhos.
Contudo, como parece que a hipocrisia dos nossos governantes se costuma sobrepor a tudo, já quase que estamos a visualizar as imagens do ministro da Administração Interna e do presidente da Câmara, com ares abatidos, acabrunhados, arrasados, perante as câmaras das Tvs a lamentar mais uma morte de um agente da PSP, a quarta este ano.
Siga a incúria e vivam as carpideiras. Portugal pode esperar (?!!!...).

Sem comentários: