“Dava aulas, mas não era professor.
Dava aulas, mas não ensinava.
A sua autoridade, demonstrava-a pela pancada que distribuía. A torto e a direito. A fazer sangue nos miúdos de 8 anos, meus colegas de turma, e eu recordo.
Abreu dava aulas, mas acima de tudo dava porrada, com um raro prazer, com um sadismo que nunca iremos esquecer. As suas vítimas preferidas eram sempre, todos os dias, as mesmas.”
Foi assim que começámos um texto sobre esta espécie de pedagogo, este pseudo-professor, no passado dia 14 de Setembro.
Daí para cá recebemos (entre outros) os comentários que publicamos a seguir.
Achamos que esta besta não devia ser o “patrono” desta escola. Achamos que está na hora de se repor a verdade. Achamos que está na hora de imperar o bom senso.
Será que o poder político tem vontade para isso? Será que quer? Ou será que já é tarde demais?
Seria desejável que a verdade histórica vingasse sobre o sadismo, sobre a prepotência, não seria?
Depende de nós? Depende de nós! Pensemos nisso?
Não é tarde. Juntos podemos agir (cinco_pontas5@yahoo.com).
Anonymous said...
Este comentário está deslocado aqui, mas antes isso do que deixar passar em claro o merecido elogio devido ao autor do post "Abréu, a Besta", publicado há tempos atrás e que só agora vi (porque só hoje cheguei a leitor do blog).
Antes de mais, o título desse post peca por defeito; o título mais adequado seria: Abréu, a grandessíssima Besta!
Também eu fui aluno da Besta, na frequência da 2.ª classe, corria o ano de 1957. Tinha então oito anos. Por mera casualidade, fui colega de turma do Gabriel Mesquita (que, sendo um pouco mais velho, teria na altura uns onze ou doze anos, não recordo com precisão, mas não os oito a que se refere um comentador desse post, porque chumbara já na 1.ª e na 2.ª classes). Muito provavelmente, também eu fui espectador, estarrecido de medo, da cena da pancadaria dada pela Besta ao Gabriel Mesquita, tão bem descrita pelo comentador citado. Mas, as cenas de pancadaria a sério repetiam-se, e se não fui espectador dessa fui-o de muitas outras, em tudo semelhantes, com esse mesmo ou com outros bombos da festa.
Naquele tempo, era comum o uso do castigo corporal, incluindo o seu uso como instrumento pedagógico (tendo como meios o ponteiro, a régua e a mão-leve, e, para humilhação, a carapuça ou orelhas de burro), como se a porrada contribuísse para que o pessoal aprendesse mais ou melhor. A generalidade dos professores fazia uso do castigo corporal, e a falta de um simples acento ortográfico dava direito a palmatoada.
O Abréu não era único no uso de tal instrumento pedagógico, mas era, sem dúvida, o mais selvagem. Talvez pela impunidade de que gozava (era então director da escola masculina do Bairro) ou por mero carácter, porque nunca lhe conheci um sorriso, nos sete ou oito anos seguintes em que o fui vendo por aí. Embora não tenha sido objecto de tal tratamento (que no meu caso se restringiu a uma ou outra palmatoada ou a um ou outro berro), a única coisa que bem recordo dele é a selvajaria e o medo que incutia, nada que tivesse aprendido.
A moçada era "fresca", ligava pouco à escola e aos livros, esquecia-se dos "deveres" e frequentemente dormitava nas aulas (não porque fosse ao berbigão, de noite, mas porque se perdia a ver televisão, a grande novidade na altura, ou a brincar na rua até noite escura). Graçavam a pobreza, as más condições de salubridade das habitações, os maus hábitos de higiene, o alcoolismo, a escassa escolaridade dos pais, e a porrada a torto e a direito era o pão nosso de cada dia, mesmo como instrumento educativo na família.
O contexto da época, digamos, era propício ao recurso à pancadaria, e muitos pais recomendavam aos professores o seu uso. Ouvi várias dessas recomendações, incluindo da parte de Américo Mesquita (pai do Gabriel) para o seu vizinho Abreu. Mas um professor que se prezasse, mesmo nesse contexto, não poderia descer à selvajaria do Abréu. Por isso, pelo que de facto foi, ainda hoje bem presente na memória dos que tiveram o azar de ter sido seus alunos, o Abréu não pode, de maneira alguma, ser recordado como professor ou pedagogo, mas sim como "Abréu, a grandessíssima Besta"!
1:50 AM
Anonymous said...
E por ironia do destino, foi quem mais o criticava enquanto colega de profissão (sim esse mesmo, o Prof Cabrita), que enquanto presidente da assembleia municipal, propôs atribuir à então escola do Bairro Operário o nome da grandessissima besta, em sua homenagem.
Hoje quando lá passamos ainda lá vemos escarrapachado na parede o seu nome, como um estigma, como se não nos quisessem deixar esquecer que fomos testemunhas da brutalidade e da pedagogia do estado novo.
11:19 AM
Anonymous said...
Tristes novas me dás, porque nem sonhava que a escola do Bairro tivesse como actual patrono um tal sujeito, e nunca me passaria pela cabeça que a ideia tivesse partido de um seu colega de profissão. A vida tem destas coisas.
Mas se para patronos de escolas se escolhem por vezes nomes de vária gente, porque escasseiam pedagogos a quem lembrar ou a terra é parca de outros conterrâneos de valor, quando se trata de professores deveria ter-se um pouco mais de cuidado.
Porque este caso do Abréu não foi apenas um caso igual a tantos outros dos tempos negros do fascismo. Não, este excedia o autoritarismo e as patacoadas pedagógicas dominantes ao tempo. Tenho sérias dúvidas de que não fosse caso patológico, tal o sadismo e a violência postos em prática durante anos a fio.
E se tais comportamentos não fizeram mossa em muita gente, desconfio que a muitos outros não deixaram de marcar indelevelmente e irremediavelmente, como referia o autor do post em relação a um seu antigo colega de turma que encontrara mendigando.
Por isso, propostas desse teor deveriam ser amplamente divulgadas e postas a consulta pública, antes de serem aprovadas. Não quer dizer que o pessoal ligasse muita importância ao assunto ou se dispusesse a ir às sessões da Assembleia Municipal dizer de sua justiça, mas seria o mínimo exigível.
Quem sabe se o actual Presidente da Câmara, que foi aluno da escola do Bairro e, talvez, da grandessíssima besta do Abréu, não se dará ao incómodo de retirar à escola o nome de tão desonroso patrono.
Caberia a nós, antigos alunos da grandessíssima besta, juntarmo-nos e fazermos ver quão afrontoso para as nossas memórias é a atribuição de tão imerecida homenagem à grandessíssima besta. Provavelmente, é tarde, mas mais vale tarde do que nunca.
Lacobrigense daí saído há muito e sem vontade de voltar.
Dava aulas, mas não ensinava.
A sua autoridade, demonstrava-a pela pancada que distribuía. A torto e a direito. A fazer sangue nos miúdos de 8 anos, meus colegas de turma, e eu recordo.
Abreu dava aulas, mas acima de tudo dava porrada, com um raro prazer, com um sadismo que nunca iremos esquecer. As suas vítimas preferidas eram sempre, todos os dias, as mesmas.”
Foi assim que começámos um texto sobre esta espécie de pedagogo, este pseudo-professor, no passado dia 14 de Setembro.
Daí para cá recebemos (entre outros) os comentários que publicamos a seguir.
Achamos que esta besta não devia ser o “patrono” desta escola. Achamos que está na hora de se repor a verdade. Achamos que está na hora de imperar o bom senso.
Será que o poder político tem vontade para isso? Será que quer? Ou será que já é tarde demais?
Seria desejável que a verdade histórica vingasse sobre o sadismo, sobre a prepotência, não seria?
Depende de nós? Depende de nós! Pensemos nisso?
Não é tarde. Juntos podemos agir (cinco_pontas5@yahoo.com).
Anonymous said...
Este comentário está deslocado aqui, mas antes isso do que deixar passar em claro o merecido elogio devido ao autor do post "Abréu, a Besta", publicado há tempos atrás e que só agora vi (porque só hoje cheguei a leitor do blog).
Antes de mais, o título desse post peca por defeito; o título mais adequado seria: Abréu, a grandessíssima Besta!
Também eu fui aluno da Besta, na frequência da 2.ª classe, corria o ano de 1957. Tinha então oito anos. Por mera casualidade, fui colega de turma do Gabriel Mesquita (que, sendo um pouco mais velho, teria na altura uns onze ou doze anos, não recordo com precisão, mas não os oito a que se refere um comentador desse post, porque chumbara já na 1.ª e na 2.ª classes). Muito provavelmente, também eu fui espectador, estarrecido de medo, da cena da pancadaria dada pela Besta ao Gabriel Mesquita, tão bem descrita pelo comentador citado. Mas, as cenas de pancadaria a sério repetiam-se, e se não fui espectador dessa fui-o de muitas outras, em tudo semelhantes, com esse mesmo ou com outros bombos da festa.
Naquele tempo, era comum o uso do castigo corporal, incluindo o seu uso como instrumento pedagógico (tendo como meios o ponteiro, a régua e a mão-leve, e, para humilhação, a carapuça ou orelhas de burro), como se a porrada contribuísse para que o pessoal aprendesse mais ou melhor. A generalidade dos professores fazia uso do castigo corporal, e a falta de um simples acento ortográfico dava direito a palmatoada.
O Abréu não era único no uso de tal instrumento pedagógico, mas era, sem dúvida, o mais selvagem. Talvez pela impunidade de que gozava (era então director da escola masculina do Bairro) ou por mero carácter, porque nunca lhe conheci um sorriso, nos sete ou oito anos seguintes em que o fui vendo por aí. Embora não tenha sido objecto de tal tratamento (que no meu caso se restringiu a uma ou outra palmatoada ou a um ou outro berro), a única coisa que bem recordo dele é a selvajaria e o medo que incutia, nada que tivesse aprendido.
A moçada era "fresca", ligava pouco à escola e aos livros, esquecia-se dos "deveres" e frequentemente dormitava nas aulas (não porque fosse ao berbigão, de noite, mas porque se perdia a ver televisão, a grande novidade na altura, ou a brincar na rua até noite escura). Graçavam a pobreza, as más condições de salubridade das habitações, os maus hábitos de higiene, o alcoolismo, a escassa escolaridade dos pais, e a porrada a torto e a direito era o pão nosso de cada dia, mesmo como instrumento educativo na família.
O contexto da época, digamos, era propício ao recurso à pancadaria, e muitos pais recomendavam aos professores o seu uso. Ouvi várias dessas recomendações, incluindo da parte de Américo Mesquita (pai do Gabriel) para o seu vizinho Abreu. Mas um professor que se prezasse, mesmo nesse contexto, não poderia descer à selvajaria do Abréu. Por isso, pelo que de facto foi, ainda hoje bem presente na memória dos que tiveram o azar de ter sido seus alunos, o Abréu não pode, de maneira alguma, ser recordado como professor ou pedagogo, mas sim como "Abréu, a grandessíssima Besta"!
1:50 AM
Anonymous said...
E por ironia do destino, foi quem mais o criticava enquanto colega de profissão (sim esse mesmo, o Prof Cabrita), que enquanto presidente da assembleia municipal, propôs atribuir à então escola do Bairro Operário o nome da grandessissima besta, em sua homenagem.
Hoje quando lá passamos ainda lá vemos escarrapachado na parede o seu nome, como um estigma, como se não nos quisessem deixar esquecer que fomos testemunhas da brutalidade e da pedagogia do estado novo.
11:19 AM
Anonymous said...
Tristes novas me dás, porque nem sonhava que a escola do Bairro tivesse como actual patrono um tal sujeito, e nunca me passaria pela cabeça que a ideia tivesse partido de um seu colega de profissão. A vida tem destas coisas.
Mas se para patronos de escolas se escolhem por vezes nomes de vária gente, porque escasseiam pedagogos a quem lembrar ou a terra é parca de outros conterrâneos de valor, quando se trata de professores deveria ter-se um pouco mais de cuidado.
Porque este caso do Abréu não foi apenas um caso igual a tantos outros dos tempos negros do fascismo. Não, este excedia o autoritarismo e as patacoadas pedagógicas dominantes ao tempo. Tenho sérias dúvidas de que não fosse caso patológico, tal o sadismo e a violência postos em prática durante anos a fio.
E se tais comportamentos não fizeram mossa em muita gente, desconfio que a muitos outros não deixaram de marcar indelevelmente e irremediavelmente, como referia o autor do post em relação a um seu antigo colega de turma que encontrara mendigando.
Por isso, propostas desse teor deveriam ser amplamente divulgadas e postas a consulta pública, antes de serem aprovadas. Não quer dizer que o pessoal ligasse muita importância ao assunto ou se dispusesse a ir às sessões da Assembleia Municipal dizer de sua justiça, mas seria o mínimo exigível.
Quem sabe se o actual Presidente da Câmara, que foi aluno da escola do Bairro e, talvez, da grandessíssima besta do Abréu, não se dará ao incómodo de retirar à escola o nome de tão desonroso patrono.
Caberia a nós, antigos alunos da grandessíssima besta, juntarmo-nos e fazermos ver quão afrontoso para as nossas memórias é a atribuição de tão imerecida homenagem à grandessíssima besta. Provavelmente, é tarde, mas mais vale tarde do que nunca.
Lacobrigense daí saído há muito e sem vontade de voltar.
9:02 PM
11 comentários:
Já experimentaram fazer terapia de grupo? É que este trauma é recorrente e parece-me transversal aos leitores do blog. Sugiro a formação do Grupo Anónimo dos Flagelados de Abreu (incluíndo excursões à Ponta da Piedade com consequente mergulho para o infinito - caso não resulte podem sempre tentar a solução freudiana do clister). Esta conversa do Abreu já chateia.
Pois chateia, mas não se resolve com terapia de grupo. Funcionará no dia em que as instituições funcionarem, no dia em que acabar a impunidade, no dia em que alguém tenha coragem de pôr as coisas como deveriam ser. Mas isso seria esperar demais de um país de novela mexicana, que vive de umas larachas inconsequentes, não é Humor Negro? Mais valem as piadas... Que a terapia? Não é? Cuide-se.
Caros Amigos, funcionará no dia em que todos entenderem o raio da razão que tem o Palmeira de ver uma rua com o seu nome.
Sinceramente é difícil encontrar palavras certas para um comentário pertinente afinal falar qualquer asneira é fácil como também é fácil jogar aos inocentes o ônus dos culpados..(chateia-me) E pior, ter que assistir de camarote homenagens feitas à pessoas assim tão desprezíveis.. mas,infelizmente, tenho visto muitas pessoas talvez tanto quanto desprezíveis ou despreparadas, jogarem confetes em qualquer bonita palavra que esconde meia dúzia de má intenção. Deixar pra lá? Tentar esquecer? Fazer terapia? Pelo amor de Deus... Que é isso? Arranjem logo uma maneira de mudar a forma de contar a “vossa” história. Tirem logo esta besta homenagem à BESTA ou quem sabe mudem a BESTA para o lugar que a BESTA merece!
Nunca é tarde! Aliás, nunca é cedo nem tarde!!
Acho que o Xico Palmeira é uma boa alternativa para o nome da rua da escola,se não aprovarem podem por o nome de outros popularuxos como J.Valentim ou Alctraz ou Santo ou
J.A.Baptista,sei lá qulquer anormal servia para fazer esquecer o ANIMAL.
Alguns comentadores que aqui têm vindo dizer de sua justiça acerca deste tema têm-no abordado com alguma leviandade, para não dizer com uma jocosidade de todo despropositada. Pode ser por feitio de brincar com coisas sérias, pode ser por incompreensão do que era o contexto educativo nos tempos negros do fascismo, pode ser por desconhecimento da gravidade que assumiram as práticas da besta do Abreu, enfim, pode ser por simples ignorância ou por pura estupidez. Quero dizer a esses comentadores, em especial ao que se identifica por “humor negro”, que a revolta dos antigos alunos da besta que aqui têm escrito não se deverá aos traumas que o sádico comportamento da personagem lhes haja provocado, que o tempo já passado eventualmente tratou de atenuar ou de apagar, mas deve-se ao facto de terem memória e de se sentirem com direito à indignação.
Em particular, no seu íntimo, cada um resolveu (ou não) os eventuais traumas como pôde, descarregou o seu ódio das formas mais diversas, rogou as pragas que lhe aprouve. Chegado o 25 de Abril, dispersos e entretidos com coisas bem mais interessantes, provavelmente, as vítimas (porque é de autênticas vítimas que falamos) não tiveram a capacidade de usar esse direito à indignação para promoverem o saneamento do Abreu (se é que ainda estava no activo nesse tempo). Não o fizeram e, se calhar, bem, mostrando, desse modo, que sempre eram diferentes da besta, pelo menos na capacidade de perdoar ou de esquecer. Todos, portanto, foram vivendo as suas vidas, carpindo as suas mágoas ou esquecendo, perdidos no anonimato das suas vidas.
O que está agora em jogo é coisa bem diferente: é a edilidade ter prestado homenagem pública a semelhante sujeito, atribuindo o seu nome à escola onde praticou selvajarias e a uma das ruas da cidade. O que era do foro particular de cada um transformou-se em coisa pública; o que cada um julgava ter definitivamente esquecido passou a ser-lhe permanentemente reavivado, sempre que confrontado com o nome da besta pespegado em edifício e artéria públicos.
Se a recordação na toponímia ou no patronímico da escola fizesse jus à memória histórica, ainda vá que não vá, mas, como é sabido, os povos não gostam que lhe recordem personagens de tristes memórias, muito menos se são vivos aqueles que guardam delas essas memórias, como é o caso. E, de qualquer modo, não é esse o objectivo da toponímia, que deve procurar recordar personagens insignes e não infames biltres.
O caso do Abreu não é daqueles que possa dividir opiniões. Acerca dele, eventualmente, só poderão ter opinião favorável os que o conheceram noutras facetas da vida, como pessoa ou como vizinho, que nessas, certamente, passou discretamente e não mostrou os outros aspectos da sua perversa personalidade. Mas não foi por essas suas características de cidadão comum, totalmente irrelevantes, mas pela sua função de professor, que a edilidade o homenageou.
E, nesta sua faceta, a opinião que conta não é a dos seus pares (de um dos quais partiu a iniciativa da atribuição do seu nome para patrono da escola do Bairro), nem a dos muitos outros alunos da escola, que quando muito guardam uma memória indirecta das façanhas da besta. A memória que conta é a das suas vítimas, a daqueles que tiveram o azar (porque é disso mesmo que se trata) de terem sido seus alunos ao longo da carreira profissional da besta, tenham ou não sido alvos directos de grandes maus-tratos, que não esquecem os tormentos passados e muito menos podem continuar a ser afrontados publicamente com as homenagens que tão levianamente lhe foram prestadas.
Não julguem os comentadores jocosos que falamos de um mero caso de autoritarismo ou de brutalidade típicos da época, igual a tantos outros que de professores só tinham o nome. Desenganem-se. Falamos de um caso que pertencia ao foro patológico, pois a besta perdia totalmente o controlo no uso da pancadaria e os seus grandes métodos pedagógicos eram a atemorização e o terror. Não julguem também que as vítimas ainda vivas necessitam de terapias especiais para esquecerem os pequenos ou grandes traumas que a besta lhes haja provocado, assim como as suas eventuais sequelas. Mas de uma coisa poderão estar certos: do que as vítimas não precisam nada é que a besta lhes seja publicamente recordada. E é contra isso que elas se insurgem usando um direito que lhes assiste: o direito à indignação!
O Gabriel Mesquita, meu colega de turma da 2.ª classe no ano lectivo de 1957-58 e o maior bombo da festa que eu conheci, já faleceu. Estou certo que por onde andar ficará satisfeito e sorrirá feliz quando o nome da grandessíssima besta do Abreu desaparecer das ruas de Lagos e da escola primária do Bairro.
Lacobrigense daí saído há muito e sem vontade de voltar.
Discordo.O nome da rua em vez de Palmeira podia ser "humor negro".
essa era outra das facetas do Animal.
Anónimo, 5:16 PM, escreveu:
" ... O Gabriel Mesquita, meu colega de turma da 2.ª classe no ano lectivo de 1957-58 e o maior bombo da festa que eu conheci, já faleceu. Estou certo que por onde andar ficará satisfeito e sorrirá feliz quando o nome da grandessíssima besta do Abreu desaparecer das ruas de Lagos e da escola primária do Bairro.
Lacobrigense daí saído há muito e sem vontade de voltar. "
Fui eu que referi, em detalhe, o episódio com o Gabriel, nosso colega da 2ª classe, que não sabia ter falecido.
Subscrevo na íntegra tudo o que escreveste acima.
Abraço apertado.
(A nossa terra está bonita. Vais gostar, quando voltares)
apanhei o Abreu em 70-71. subscrevo o texto do "Lacobrigense daí saído há muito e sem vontade de voltar".
Amigo castelo
já tenho saudades desse bigode.
br
Gostava de saber quantos mails já foram enviados para endereçar à camara.
:(
Enviar um comentário