CONTINUA SEM SENTIDO

E pronto! Como habitualmente recebemos a 5 Sentidos, lagos (sem maiúscula, p’ra quê maiúscula?) em agenda (na capa), com o atraso habitual.

Uma vez que já estamos fartos de saber que esta demora se deve à distribuição pelos Correios, até nem estranhamos...

Que importância têm os eventos que decorreram entre 1 e 5 de Setembro? Quem quer saber deles? Para que servem? Sim? Para quê ir ao “Encontro do Grupo dos Amigos de Lagos”, à “Animação no Coreto”, às “Noites de Cinema”, à “Animação Verão 2005”, à “Gala Costa D’Oiro”, à “IV FETAAL – Feira de Tradições e Artes do Algarve”, ao “Mercado Mensal de Lagos”, ao “XXII Festival de Bandas Civis/Lagos 2005 e ao “Concerto pela Orquestra do Algarve”? Por isso, não fomos. Aliás, nem queríamos apanhar alguma intoxicação provocada por tantas e inúmeras actividades culturais. Mas já agora, saibam que estamos a pensar fazer um abaixo-assinado contra os Correios por este atraso sistemático, todos os meses.
Para além disto, em relação ao número anterior, regista-se uma mudança na qualidade do papel utilizado, que agora é couché. Daí que as fotografias apareçam mais detalhadas, mais nítidas nos seus pormenores. Não obstante, algumas (muito poucas) são o chamado momento de terror, devido ao excesso de negro.
Positivos os trabalhos com César Muchacho (calceteiro), em “Artes e Ofícios”, e com José António Arez, em “A Nossa Gente” (pág 34). Desconhecemos o que seja uma ciba de choco, usada para a feitura das suas miniaturas, de que se fala aí. Pensamos que quem escreveu se referia ao sépion, osso do choco, ou osso de siba (pelo menos, foi assim que aprendemos na escola). Ainda em relação ao Zé António, achamos muito mal o facto da autarquia ainda não ter feito uma recolha com este nosso amigo de longa data, fotográfica e sonora mais que não seja, dos barcos, armadores, pescadores e das artes que existiam em Lagos. Este homem sabe muito e a sua memória não pode ser perdida. E deveria ser partilhada colectivamente, acrescentamos. Património não são só os monumentos, sabiam? Mas essa é uma conta de um outro rosário...
Por último, se o objectivo desta agenda é divulgar eventos que têm lugar no concelho, como o IV Festival de Flamenco, que fotografias deveriam ter a capa e o verso da brochura? Pedras de calçada, é claro! Se se pretende divulgar o Cineport 2006, que fotografias se escolhem para a capa e verso? Pedras de calçada, é claro! Se o objectivo é divulgar-se a IV FETAAL, que fotografias se seleccionam para a capa e verso? Pedras de calçada, é claro! Se se pretende divulgar uma plataforma de dança contemporânea, que fotografias se elegem para a capa e verso? Nem mais nem menos que pedras de calçada, singela homenagem ao mestre calceteiro! Apostamos que já toda a gente sabia a resposta a esta última pergunta, até porque este blogue nem é o “Um contra Todos”...

E assim, sob o signo das pedras de calçada, para nós sinal da incapacidade da (ir)responsável por esta coisa Sem Sentido, aguardamos ansiosamente o que a Agenda de Outubro (Lagos com maiúscula em Agenda) nos reserva.