FUNDAMENTALISMOS

Lia-se no Diário de Notícias do passado dia 18 que no Algarve “há mais de cem mil apartamentos e moradias que já têm projectos aprovados e que devem ser construídos nos próximos três a cinco anos”, acrescentando mais adiante o jornalista que “a zona da Meia Praia, em Lagos - que até há pouco tempo era considerada por investidores, autarcas e governantes como uma das áreas preservadas - deverá ver duplicada a sua população nos próximos dez anos, tendo em conta o que está estipulado no Plano de Pormenor da região”.

De acordo com o periódico e segundo o presidente da autarquia, Júlio Barroso, prevê-se naquele local a construção de “pelo menos seis hotéis de quatro e cinco estrelas com quatro pisos, que deverão situar-se na área mais baixa daquela zona, enquanto a mais alta incluirá construções com dois pisos. Mas ainda haverá lugar para habitações com características de baixa densidade, além de um centro de saúde, equipamentos sociais, espaços verdes e para o aumento do campo de golfe de Palmares”. Barroso concluiu com esta afirmação lapidar: “Claro que gostava de ver a Meia Praia numa zona verde. Mas não sou dono daquilo” (...) “Também não podemos cair em fundamentalismos ambientais que impeçam um desenvolvimento adequado”.

Quanto aos outros, não sei. Mas eu, sobre este assunto, só me apetece citar Jorge Palinhos, do BdE II - Blogue de Esquerda (http://bde.weblog.com.pt/), em cuja escrita assentei este post: “Não há antídoto para o ‘fundamentalismo ambiental’ como o fundamentalismo betonal.”

[Amanhã, Zé, o ZUPER ZERÓi, discorrerá aqui sobre esta temática e apresentará as suas soluções inovadoras e radicais. É o verdadeiro contraditório no 5Pontas]